Quando cheguei no hospital em SP, confesso que a dor estava bem chata, me incomodando muito e a primeiro sinal que seria um dia difícil, foi quando a primeira enfermeira me disse: o que foi? O mundo tá acabando? Pra que esse desespero? Gente, essa deve ser aquela exceção de péssimos profissionais ou que estava num dia ruim, prefiro pensar assim. Eu sou da área da saúde e trabalhei com enfermeiros e médicos que são profissionais incríveis e eu SEMPRE lidei com meus pacientes como se fossem pessoas da minha família, com todo amor e carinho, desabafos à parte...
Naquele dia eu estava do outro lado, eu uma mãezinha de primeira viagem, com medo e a primeira pessoa que você acha que vai te acalmar, já chega assim perguntando se o mundo esta acabando... Aí que eu me desesperei de verdade e fiquei chateada, porque aquele era pra ser o dia mais feliz da minha vida e mesmo não saindo tudo como planejei, foi o meu encontro com o amor verdadeiro...
Na primeira sala veio um médico que me examinou e ele me deixou muito tranquila quando descobri que além de ser da equipe do médico que estava me acompanhando, disse que me ajudaria no parto que eu escolhi, estava com 4 cm de dilatação mas minha bolsa até então nada de estourar, o médico à estourou para subirmos para sala de parto e assim aguardar a vinda do meu filho.
Já na sala de parto minhas contrações começaram a ser mais frequentes e a dor também, vieram duas enfermeiras super profissionais e bem legais, me incentivaram e disseram que eu já estava com 7 dedos de dilatação e que iriam chamar a anestesista, até aqui tudo seguindo bem, apesar da dor e da falta de ar.
Chega então uma médica que eu pensava ser a Anestesista, mas pra minha surpresa era ela que iria realizar meu parto junto ao outro médico que me examinou mais cedo. Chegou numa imposição total, me examinou e disse que eu não estava com 7 dedos de dilatação e que me indicaria para o parto cesária, pois meu filho não estava encaixado (engraçado porque o médico que me havia me examinado antes disse o contrário) e não foi tipo uma pergunta não, não, eu fui INDUZIDA a esse parto. Só não vou falar que fui obrigada porque assinamos aquele termo de autorização, então não posso "reclamar".
Eu não pensei muito, estava em trabalha de parto desde as 08:00 h da manhã e isso era as 16:00 h da tarde, eu estava cansada, com dor, com falta de ar e meu marido vendo meu desespero e a médica não disposta a me ajudar, fomos ao parto cesária. Já no centro cirúrgico e devidamente anestesiada o médico que me examinou, se assustou e disse 'ué você não é a mãezinha do parto normal?'.
A médica por sua vez olhou pra ele, tipo fica quieto e vem logo me ajudar que eu preciso ir embora...
Como eu sei disso??? Vou explicar, depois que fui anestesiada, a médica conversava com uma das enfermeiras e ela disse que eu era a última paciente do dia (do plantão dela) e claro que pra ela era muito mais rápido fazer a cesária e ir embora, do que esperar mais alguma horas por um parto normal, não é mesmo?
Meu filho veio ao mundo e naquele momento era isso que importava, não o tipo de parto e nem nada mais... O tipo de parto não me faz mais ou menos mãe... Mas existe uma palavra que resume o que não tive RESPEITO. Eu não fui respeitada no que eu queria, no meu momento, na minha hora.
E por isso que quis compartilhar isso com vocês, exija a SUA escolha não importa qual seja, se você quiser um parto cesária, um parto normal, um parto natural com a presença de uma Doula, um parto na banheira... Não importa desde que o respeito e o amor ao próximo exista!
Foi uma grande lição pra mim sim e no final de tudo eu fui e sou mãe, longe da perfeição, mas buscando sempre ser uma pessoa e uma mãe melhor e a cima de tudo respeitando SEMPRE o meu próximo.
Muito obrigada por ler o meu depoimento de parto, deixe seu comentário, sua opinião ou conte também como foi o seu grande dia.
Bjo apertado e toda felicidade do mundo!!!
Obs. Importante: Eu amei o hospital ao qual eu tive o César e teria com toda a certeza meu próximo filho lá, o problema real foram dois profissionais que não honraram com as promessas feitas pelas suas profissões.
